A paz é o fim que o direito tem em vista, a luta é o meio
de que se serve para o conseguir. Por muito tempo pois que o direito ainda
esteja ameaçado pelos ataques da injustiça – e assim acontecerá enquanto o
mundo for mundo – nunca ele poderá subtrair-se à violência da luta. A vida
do direito é uma luta: luta dos povos, do Estado, das classes, dos indivíduos.
Todos os direitos da humanidade
foram conquistados na luta; todas as regras importantes do direito devem ter
sido, na sua origem, arrancadas àquelas que a elas se opunham, e todo o
direito, direito de um povo ou direito de um particular, faz presumir que se
seja decidido a mantê-lo com firmeza.
O direito não é uma pura teoria,
mas uma força viva.
Por isso a justiça sustenta numa
das mãos a balança em que pesa o direito, e na outra a espada de que se serve
para o defender.
A espada sem a balança é a força
brutal; a balança sem a espada é a impotência do direito.
Uma não pode avançar sem a outra,
nem haverá ordem jurídica perfeita sem que a energia com que a justiça aplica a
espada seja igual à habilidade com que maneja a balança.
O direito é um trabalho incessante,
não somente dos poderes públicos mas ainda de uma nação inteira.
(VON IHERING, Rudolf. A luta pelo direito. 6. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1987, p. 1.)
(VON IHERING, Rudolf. A luta pelo direito. 6. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1987, p. 1.)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.